poema sobre a mesma coisa (in my leaf-collecting trip to bavaria)
17.9.06 | E-mail this post
Este encontrei-o atrás de muito pó, transcrevi-o, traduzi-o, e digo-o agora.
Devo ter vivido muito tempo no cimo de uma montanha
sentado num monte de gelo
porque anteontem desci e doeram-me os pulmões
doeram-me de fole
tocaram-me na pele
fecharam-se outra vez
e voltaram a doer,
fechei os olhos à luz da neve e cheirei os pulmões cheios
parei-os
vazei-os
pensei cada diafragma e segurei-o na mão,
o corpo agora era-me todo
era-me cheio, e doía-me de calma,
doía-me de o sentir outra vez na ponta dos dedos
de o sentir outra vez sangue
de o sentir outra vez ar,
abri os olhos ao sol em volta
tinha-lhes força
tinha-lhes vida
e sorri-os
e sorri os pulmões cheios,
frios pelo ar que aprendi a viver sem como não sei,
mas que preciso. (versão de RC, para ti)
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