when the bells all ring, and the horns all blow / and the couples we know are fondly kissing / will i be with you, or will i be among the missing? // maybe it's much too early in the game / oh, but i thought i'd ask you just the same / what are you doing new year's, new year's eve? // wonder whose arms will hold you good and tight / when it's exactly twelve o'clock that night / welcoming in the new year, new year's eve // maybe i'm crazy to suppose, that i could be the one you chose / out of the thousand invitations you received // oh, but in case i stand one little chance / here comes the jackpot question in advance / what are you doing new year's, new year's eve? / what are you doing new year's eve?



Estamos um ano mais parvos. DS



antes que venha aí alguém já com os copos
(hoje está mesmo a pedi-las)
e comece para aqui a disparatar que
- Ai isto de despejar para aqui bonecadas só não vale
há que dizer que
- Calem-se lá mas é
porque a verdade é que eu ando a escrever de manhã à noite
feito parvinho
só que é uma coisa que não se pode publicar
...
potencialmente bocadinhos
mas eu não ficava à espera








Paul Klee, Runner at the Goal, 1921.



i called you because
i love you so
it's reason enough
if it doesn't show
surely i could ask
about things you have done
who am i to question you?
oh no
all i wanna hear
is everything alright?





hahaha





tive meia dúzia de ceninhas e uma coisa




:
his voice is sex





:
The next morning I woke up at oh eight oh oh hours, my brothers, and as I still felt shagged and fagged and fashed and bashed and my glazzies were stuck together real horrorshow with sleepglue, I thought I would not go to school.



well
...
some go this way
(←)
some go that way
(→)
but as for me
myself
personally
,
i prefer the shortcut
:
www.myspace.com/renoealexander



:
Then, brothers, it came. Oh, bliss, bliss and heaven. I lay all nagoy to the ceiling, my gulliver on my rookers on the pillow, glazzies closed, rot open in bliss, slooshying the sluice of lovely sounds. Oh, it was gorgeousness and gorgeosity made flesh. The trombones crunched redgold under my bed, and behind me gulliver the trumpets three-wise silverflamed, and there by the door the timps rolling through my guts and out again crunched like candy thunder. Oh, it was wonder of wonders. And then, a bird of like rarest spun heavenmetal, or like silvery wine flowing in a spaceship, gravity all nonsense now, came the violin solo above all other strings, and those strings were like a cage of silk round my bed. Then flute and oboe bored, like worms of like platinum, into the thick thick toffee gold and silver. I was in such bliss, my brothers.





Um (1) iPod dos novos sem ser dos mesmo novos que nesses não cabe lá nada
Aquele livro do Bernhard ou o outro também pode ser
Ah e aquele do valter
Uma (1) roda nova para o carro (frente, direita) ou então alguém alinhar-me a direcção que eu parece-me que forniquei aquilo tudo um dia em que atropelei um passeio
Mil e duzentos (1200) euros em euros (ou em dinheiro)
Ou um (1) Boeing 707-138 com John Travolta incluído (ou piloto de gabarito equivalente e melhores opções de carreira)
Uma (1) ideia categoria já que tenho de escrever uma peça nos próximos ora deixa cá ver seis dias (oh afinal é tranquilo)
Alguma objectividade mental barra intelectual para não achar que seis dias para escrever uma peça é tranquilo
Uma (1) caneta e um (1) bloco
Ou um (1) MacBook também era bem
Um (1) namorado (já ando com um debaixo de olho mas foda-se isto tropeça-se tudo em geografias de parvoíce)
Uma (1) casa em Londres com possibilidade de rodinhas para onde quer que seja (visto que não sei ainda)
Ah e se me tirasses esta coisa da testa eu agradecia







veja-se o que a escola faz às pessoas
:
fiquei positivamente um autocarro de meses sem ler um livro
como se isso tivesse jeito absolutamente algum
tsk tsk tsk
enfim
:
agora com as festividades
(aleluia aleluia)
uma pessoa sempre faz de conta que não tem meia dúzia de merdas para fazer
e pronto
sucedem livros
:
Nome: O Sobrinho de Wittgenstein : uma amizade
Autor: Thomas Bernhard
Formato: 137 páginas
Dimensões (em centímetros): 1 x 21 x 13,5
Data de publicação: 2000 (1ª ed., 1982)
Assuntos relacionados: Amizade, Filosofia, Música, Doença, Morte.
Descrição: Duzentos amigos irão ao meu enterro e terás de proferir um elogio fúnebre.
Tipos de letra: ?
Primeira frase do livro: Em mil novecentos e sessenta e sete, uma das enfermeiras religiosas que trabalhavam incansavelmente no Pavilhão Hermann, na Baumgartnerhöhe, pôs-me em cima da cama o meu romance Verstörung (...)
Última frase do livro: Até hoje ainda não fui ver a sua sepultura.
Dedicatória: Não
:
olha e logo quem





:
Vou para Nathal para me acalmar de Viena e, inversamente, vou para Viena para me curar de Nathal. Herdei este desassossego do meu avô materno, que teve de existir durante toda a vida com um tal desassossego a devorar-lhe os nervos e, em última análise, também a esse desassossego sucumbiu. Todos os meus antepassados estiveram possuídos de um tal desassossego e não se aguentavam muito tempo num sítio e numa cadeira.



e pronto
chega a altura do ano em que toda a gente faz balanços imbecis
e quem sou eu para escapar a isso
hein?
:
ninguém, não sou ninguém
:
por ordem de ser uma a seguir à outra
:
[01] Sondre Lerche - Airport Taxi Reception
[02] Patrick Wolf - The Bluebell
[03] Mika - Grace Kelly
[04] Air (with Neil Hannon) - Somewhere Between Waking and Sleeping
[05] Arcade Fire - Ocean of Noise
[06] Björk - Earth Intruders
[07] Bright Eyes - Susan Miller Rag
[08] Modest Mouse - March Into the Sea
[09] Andrew Bird - Heretics
[10] Rufus Wainwright - Tulsa
[11] Rufus Wainwright - Release the Stars
[12] John Vanderslice - Tablespoon of Codeine
[13] The Cinematic Orchestra (with Patrick Watson) - To Build a Home
[14] Okkervil River - Unless It's Kicks
[15] Beirut - Nantes
[16] Radiohead - Nude
[17] Antony and the Johnsons - Paddy's Gone
[18] Jens Lekman - A Postcard to Nina
[19] Rufus Wainwright - If Love Were All
[20] Rufus Wainwright - Come Rain or Come Shine
:
ou descarrege-se logo tudo de uma vez
[ZIP] Mega Autocarro de Música 2007, Prémio Categoria e Excelência
[amanhã, está bem amizades?, amanhã]
:
e já agora comente-se
ah
não
pois isto não aceita comentários
:
tsk pedante do caraças









o meu próximo objectivo é fazer 22 anos até 2015



oh fucking hell
this is great for so many reasons
:
[MP3] Radiohead - Down is the New Up



with its own ID number and box at the opera



you made me love you
i didn't wanna do it
(i didn't wanna do it)
you made me love you
and all the time you knew it
(i guess you always knew it)
you made me happy sometimes
you made me glad
but most of the times, dear
you made me feel so bad
you made me sigh cos
i didn't wanna tell you
(i didn't wanna tell you)
i think you're grand
it's true
yes, i do
'deed i do
you know i do
i can't tell you
what i'm feeling
the very mention of your name sends my heart reeling
you know you made me love you



:
Eu nunca tinha conhecido ninguém com um espírito de observação mais agudo e uma maior riqueza de pensamento. Só que o Paul deitava continuamente pela janela fora a sua riqueza de pensamento, exactamente como fazia com a sua riqueza monetária, mas, ao passo que esta riqueza monetária em breve tinha sido deitada definitivamente pela janela fora e se havia esgotado, a sua riqueza de pensamento era realmente inesgotável; ele deitava-a continuamente pela janela fora e ela multiplicava-se (simultaneamente) de forma contínua, quanto maior era o quinhão da sua riqueza de pensamento que ele deitava pela janela fora (da sua cabeça), mais essa riqueza aumentava; é uma característica das pessoas que primeiro são doidas e por fim qualificadas de dementes o facto de deitarem pela janela fora (da sua cabeça) cada vez mais e sempre de forma contínua a sua riqueza mental e simultaneamente na sua cabeça essa sua riqueza mental se multiplicar com a mesma velocidade com que elas a deitam pela janela fora (da sua cabeça). Elas deitam cada vez mais riqueza mental pela janela fora (da sua cabeça) e ela vai sendo, na sua cabeça, cada vez mais e tornando-se naturalmente cada vez mais ameaçadora e por fim já não é suficiente o deitar fora (da sua cabeça) a sua riqueza mental e a sua cabeça já não consegue aguentar a riqueza mental que nela se vai incessantemente multiplicando e acumulando, acabando por explodir. Assim explodiu muito simplesmente a cabeça do Paul, porque ele já não conseguia deitar fora (da sua cabeça) na medida suficiente a sua riqueza mental. Assim explodiu também a cabeça de Nietzsche. Assim explodiram afinal de contas todas essas loucas cabeças filosóficas, porque não conseguiam deitar fora, na medida suficente, a sua riqueza mental. Nessas cabeças origina-se de facto de forma persistente e sem qualquer interrupção a sua riqueza mental com uma velocidade muito maior e mais cruel do que aquela com que essas pessoas a podem deitar pela janela fora (da sua cabeça) e um dia a sua cabeça explode e elas morrem. Assim explodiu também um dia a cabeça do Paul e ele morreu.




:
tudo bem eu estou consciente de que sei muito pouco sobre muita coisa
mas esta fotografia parece-me a mim que me dá razão numa série de alaridos
que eu pelo sim pelo não estou sempre a levantar







(written by someone else by special request, then viciously butchered for the sake of normal people tsk)

Renoe Alexander (birthname Alexandr Ryleyev, then Renault ―after a brief living in Nice―, later Renoe) was a famous nineteenth (19=XIXth, birthdate:10/dec/1889) century entomologist (earwigs and beatles), paleontographer and ethnometric theoricist (weird stuff). Born into a troupe of gypsy juglers ("DANGER:distractions include fire!"), bodybending practicioners and artistes who, at the age of five, instructed him on the ancient art of swallowing and the pleasures of girls (which he later gave up on). Renoe fled the circus at the age of twenty (20=XX) to embrace an all-across-the-world-trekking-experience, surviving on food stolen from fruit stalls and fishmongers. Upon his passage in Sarajevo in 1914 shared a room with Gavrilo Princip (his Browning .32 ACP was eventually never returned). Furthermore he worked extensively as a gondolier (no he didn't). In late 1919 (MCMXIX:after the bombs) and while in New York (City), Renoe (already Renoe) redacted probably his best (or at least his only) work, on the importante of music in the internal structure of north hungarian folk tales. Three years later he was found dead in mid-Central Park victim of multiple lightning strikes and a priapic fit (totally unrelated).

Renoe Alexander is also the brainchild (ahem) of Jared Faren, citizen of Alaska by birth, oregonian by childhood (and adolescence and stuff). Published poet (well, maker of verse) at the age of (or rather rearranger of beauty) whatever age you are in fifth (5=Vth) grade, gathering words for five (again 5) years, guitar-tamer for two (2=II), homeschooled, selftaught and experimenter of tunes. Overall. The twin (as in two―as in 2―) debut EPs, These People and Drum will be both of them released in early 2008. They'll sound great if I say so myself.





renoe alexander is born





BERNHARD, Thomas - O sobrinho de Wittgenstein : uma amizade. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000. €8,98
:
Duzentos amigos irão
ao meu enterro
e tu tens de proferir
um elogio fúnebre



O mundo para os Eames é todo um problema grande e só e à espera de ser resolvido, e que Charles Eames ponha os limites do design precisamente onde acabam de se complicar os problemas não vem por acaso. Acabassem hoje e aqui todas as atrapalhações e inconvenientes que incomodam as pessoas, como de repente precisarem de alguma coisa e ela não haver, e imediatamente deixava o design de ter razão de ser, porque o design não se explica a si próprio nem justifica a sua existência nem se substitui a uma obrigatória premissa. O design para a gramática de criação dos Eames e no contexto do seu trabalho todo aparece como substantivo comum masculino singular actividade de resolver e mais nada. Terá sempre antes de mais de procurar responder a uma necessidade anterior que oriente o processo inteiro desde o seu início ao fim –quando exista um– e nunca pode sobrepor-se a ela. Se quisermos outra maneira de dizer então há uma necessidade que arranca o projecto do chão, e lhe dá formas de devir e se enche de braços em tentativas, em experimentações e em ameaças de solução, até que potencialmente chega o produto final problema resolvido e design é tudo o que está no meio. É a problemática do mundo por acabar que se desprende das coisas e se transplanta toda para dentro da cabeça, e o que fazemos nós é guiá-la atinada na procura superior pela ordem. É importante talvez esta palavra aqui : ordem. Chamar problemas ao mundo ou chamar-lhes confusão acaba por ir eventualmente dar ao mesmo. Atravessa os dois conceitos uma genérica desordem dos elementos que é preciso controlar e reordenar e com isso tudo resolver, e é por isso que diz Paul Schrader que os Eames, estivessem eles a fazer cadeiras ou capas de revistas ou catálogos comentados de instantes de luz ou casas ou coisas de película –fosse o que fosse– tudo isso são estruturas. Chamar-lhes estruturas é escolher uma palavra que por um lado significa esquemas com ordem dentro –com necessidade, meio e fim– mas que pelo outro serve também para coisas e coisas essas que em toda a sua simplicidade ou falta dela se sustentam a si próprias, servem elas mesmas uma função e fazem-no de forma auto-suficiente : são ideias que são objectos, ou são objectos que são ideias. Daí que a palavra estrutura substantivo comum feminino singular nunca se alheia do trabalho dos Eames. O próprio design como eles o vêem acaba por não ser mais do que uma estrutura que cria estruturas, ou às tantas que não as cria mas que as procura e que depois as encontra e desentala da confusão, até o dia em que o design acaba de uma vez com o desarrumo da civilização e deixa de haver problemas de uma assentada, isto tudo é óbvio segundos antes de deixar de haver design e possivelmente meia dúzia de horas antes de se acabar de vez a civilização. Sobre isto claro que importa se calhar dizer que o bom design está a resolver problemas ao mesmo tempo que levanta outros de outro género, então agora toda a gente tem cadeiras iguais?, não o que me perturba é que lá por todo o mundo ter destas coisas em casa não significa necessariamente que sejam más, entendes?, é que se a classe média não permanece como o bastião inabalável do mau gosto então que sítio é este em que vivemos?, já não se sabe o que é bom e o que é mau, eu digo-te, isto estou convencido que é um problema, ainda que tudo bem de outro género. Outra categoria inevitável para entender o conceito de estrutura e controlá-lo e às tantas dar-lhe a volta quando é preciso é a noção de limitações, que se entende também ali pelo meio entre a necessidade e o objecto. Dizer que as limitações atrapalham o processo e causam transtorno é quase como chegar ao fim de um problema e achar mal que ele se tenha resolvido, e no entanto peça-se a um arquitecto que faça uma casa e o que mais problemas resolve é uma limitação só chamada gravidade, e quem diz uma casa diz uma cadeira, o facto de ela ser incontrolavelmente puxada para o chão elimina logo à partida a necessidade de fios e de ganchos e de uma série de serralharias complicadas só para que uma pessoa se consiga sentar, e depois que se preveja mais ou menos o comportamento dos materiais e que se saiba um ser humano normal quanto mede são logo mais dois problemas despachados num instante, daí que quantas limitações haja tantos são os problemas acabados de imediato.
Ou seja, necessidades mais limitações segundo –e seguindo– estruturas resolvem problemas. Não necessariamente pelo caminho mais fácil, onde é que está o problema no que é fácil?, mas pelo caminho mais eficaz, até porque só assim se percebe que tanto Charles como Ray, com um conhecimento não mais do que residual em como fazer filmes, tenham acabado por produzir mais de 125 filmes num espaço de 28 anos. Aliás a história do fazerem-se esses filmes está cheia de máquinas inventadas e de gente que ganha Oscars a puxar atilhos e de estúdios no fundo da casa, até porque dizer-se que a casa era um estúdio ou que o estúdio era uma casa não há-de ser tão diferente quanto isso, filmava-se os filmes e parava-se à noite, de dia engendravam-se revoluções de contraplacado e ao fim da tarde giravam-se piões, era assim que funcionava, e outra maneira possível de olhar para isto é que andavam os Eames constantemente com o estúdio na cabeça, como se os filmes, acima de tudo, fossem jeitos de ter ideias, fossem registos impossíveis das ginásticas de pensar. Não os mais fáceis : os mais eficazes. A linguagem dos filmes, que Charles teve de perceber com as mãos como quem aprende a falar, apareceu-lhe como a melhor maneira de guardar uma ideia. De repente, davam-lhe um mundo novo, uma possibilidade nova que fugia do escuro em abusos de luz, e que era uma ferramenta e que ao mesmo tempo era um objecto. Pronto, definitivo, contido, e cheio de percurso dentro. Daí que todos os filmes dos Eames são essencialmente filmes-ideia, mesmo os outros, há quem diga que uns são ideias e outros não, os outros são brinquedos, mas a separação entre os dois não será assim tão arrumada, porque se uns são filmes de ideias os que sobram então são filmes de ideias de brinquedos. Haverá melhor maneira aliás de pensar em piões do que vendo-os em equilíbrios difíceis, a andar à roda em geometrias de desafio? Tops não é um filme só sobre piões, ou se o é então há que considerar a impressionante complexidade dos piões, que além de serem forma são cultura, são semelhança e diferença, depois são ainda risco, sucesso e fracasso, verticalidade e queda, e são infância, e são destreza e habilidade, aprendizagem e crescimento, rotação, perenidade, física e mecânica, e a questão é que se não viessem os Eames mostrar-nos isto tudo nunca haveríamos nós de parar por um segundo para pensar nisso e pôr um pião a girar outra vez. Os filmes faziam-se segundo os processos da memória, justapunham-se imagens e os buracos que houvesse enchia-os a cabeça com fragmentos de imaginar, e fossem sobre piões ou comboios o mais importante acabavam por não ser os filmes mas o respeito pelas coisas filmadas e pelo filmá-las e a dedicação acima de tudo. O resultado era mais uma vez uma necessidade do processo, de lhe pôr corpo e lhe dar fim. A linguagem fílmica dos Eames é no entanto tão flexível que depois há outros em que é preciso traduzir construções matemáticas retorcidas em palavras de escola ou teoremas algebro-informáticos ou então conceitos complicadíssimos da astrofísica molecular e as categorias de filmar enchem-se de caminhos novos, espalham-se por telas a mais e tudo ao mesmo tempo, há aliás a intenção de confundir as pessoas pelas costas, entupi-las de informação por todos os lados e a certeza intuitiva de que é assim que a ciência toda funciona de qualquer maneira : a natureza está constantemente a dar-nos pistas o tempo todo e os anos que não demorou Copérnico a lá chegar, e Newton igual, não foi um dia que a terra se lembrou de puxar as cadeiras para o chão, foi sempre, mas gravidade com esse nome não há desde sempre, daí que o truque e foi isso que os Eames fizeram é dizer tudo ou o mais possível e esperar que alguma coisa fique. Os filmes são o menos importante nisto tudo por isso mesmo, porque se adaptam incondicionalmente ao que têm para dizer, e são memória nuns e inovação noutros. Que os filmes enquanto objectos resultem tão intocáveis e poemas é culpa sobretudo do processo todo que foi preciso para lhes chegar, da estrutura mecânica que os segura inteiros, dos arcos de cores e das linhas de tempo, e de serem feitos à mão como uma unidade de arte impressionante, aliás fizeram os Eames esculturas para quem as quisesse, estava uma pessoa a almoçar sentada em mármore de Carrara e nem se dava conta se os anúncios não falassem nisso, daí que tendo em conta a arquitectura e o mobiliário e tudo em que os Eames puseram a mão não é muito atravessado dizer que os filmes, todos eles, são essencialmente estruturas de pensamento, e da mesma maneira que um sítio de morar se sustenta de paredes então os filmes são casas de ideias com ideias dentro, e que eles se segurem em pé ainda é um tributo à maneira de pensar dos Eames, e uma necessidade acima de tudo. RC




Hoje


01|dezembro|2006

The many faces of robert webb.
Isso do ricardinho acabou.

(Rufus Wainwright | Rules and Regulations
> from Release the Stars)



A ler Frost de Thomas Bernhard e ouvir e a ver coisas que se fôssemos aqui a pô-las todas havíamos de chegar atrasados a sítios onde temos horas para chegar.

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