Outro ano que acaba, outro programa que se faz para passar o melhor de 2005. Ajudem-me a escolher o melhor CD e melhor música de 2005, comentando ou aqui ou no mesmo post que fotocopiei e pus no outro blog
(se bem que isso seria parvo e uma tremenda perda de tempo)
ou então através do mail do costume.
E outra vez ameaço que se ninguém disser nada vou-me ver obrigado a fazer um especial José Cid. RC



E não estou a falar daquele talk-show em que se sugerem cinquenta e três coisas que se podem fazer dentro de uma arca congeladora
(para todos os Estocolmicenses com saudades de casa)
nem daquele concurso cujo prémio maior é um aquecedor. Não.
Feitas que estão as piadas imediatas sobre a friagem que por lá faz, o porquê de eu andar a ver televisão sueca.
Nunca vi nada de Ingmar Bergman. O único elo que tenho com o simpático pensionista sueco é Woody Allen, que o aponta como uma das principais referências, e sendo que eu gosto de Woody Allen e Woody Allen gosta de Bergman, eu devo gostar de Bergman. Algo me deve estar a escapar, mas parece-me ser assim que funcionam os silogismos. Decidi então ver alguma coisa do senhor. Ia eu ver o Scener ur ett äktenskap
(sueco)
quando soube que este filme nasceu na televisão sueca, numa série de seis episódios de cinquenta minutos, e só depois é que Bergman o lançou para o cinema depois de uma tarde com uma tesoura e um rolo de fita-cola. Eu tinha de começar por aqui. Nesta edição da Criterion existe a série em todos os trezentos minutos do seu esplendor sueco, bem como os cento e sessenta e sete minutos do filme.
Para já ainda só me chegou um episódio
(através daquele meu amigo austríaco, o Dr. Emule)
mas quando chegarem os outros vai ser um festim de cinematografia sueca.
Fiquei a saber agora mesmo que Fanny och Alexander também teve uma versão televisiva antes de ir para a tela. Preparo já um telegrama ao meu amigo austríaco e carrego onde diz Pesquisa. RC



9 SONGS (2004), de Michael Winterbottom
**** | site oficial

- Como é possível que tenhas descarregado
(peço desculpa)
- um filme desses?
perguntam-me quando eu falo de 9 Songs, e eu
- Mas destes cumássim?
e a verdade é que quando se fala deste filme
(The most sexually explicit film in british cinema diz o The Guardian)
é porque ele é de facto, e parece-me ser este o termo científico, puxadinho. Portanto, se estivessemos num cinema de província, com senhoras de idade em algumas cadeiras, haveria grandes probabilidades de ouvirmos coisas como
- Ai credo que se vê tudo
- Olha o que ele está a fazer à rapariga
e
- E ela parece que está a gostar a badalhoca
e um ou outro som de indignação.
A verdade é que 9 Songs é um filme curtinho e belíssimo sobre música e paixão. Matt (Keiran O'Brien) e Lisa (Margo Stilley) tão depressa estão a cozinhar como a
(e eu à procura de uma forma clean de dizer isto)
executar paixão com bastante convicção. E entre isso, a música. Franz Ferdinand, The Dandy Warhols, Elbow, Black Rebel Motorcycle Club e mais alguns emprestam as 9 canções que fazem do filme o registo de um concerto ao vivo. E o piano de Michael Nyman.
OK, admito que há momentos em que o fade out funciona mais ou menos como fita-cola. Mas é daquela transparente, não é daquela castanha grossa e ordinária que faz dos caixotes caixotes e não uma superfície de cartão. Duas lições a tirar deste filme,
um, Nada melhor que um piano suave para um cunnilingus, e
dois, Haverá tanta diferença entre música e sexo?
Não há. RC



Hefaisto Sabes, Freud explica isso.
Alexandre, o Grande Ah sim?, o que é que ele diz?
Hefaisto Não sei, não percebo alemão.
in Alexandre.



Há um bom stand-up comedian em cada lado do lago. Só um. É assim. E enquanto que do lado de cá do lago, Chris Addison, agora a descansar de pantufas nos pés depois de ter andado a ganhar dinheiro para o Inverno, é o melhor, existe outro rapaz do lado de lá do lago que faz aquilo muito bem. Conheci-o este verão porque ele veio dar um salto a Edinburgh. Chama-se Demetri Martin. Aqui está a casa dele, ainda em obras. Descobri agora que ele anda a fazer uns segmentos para o The Daily Show do mestre Jon.
Enjoy the trendspotter.



Roy At school, he set his sights on going into the police force, but during the medical it was discovered that he was both color blind and potencially unstable, when he fainted at the sight of his own urine sample.
in People Like Us (Radio), series two, episode four.



Lilian I mean, Robin is bisexual.
Robin No, I’m not!
Lilian Sorry, unisex. As a name. I always get them confused. Mind you, my hairdresser is unisex and he bisexual.
in The Smoking Room, series one, episode seven.



Diz aqui 27 mas eu ainda não dormi, por isso este post, apesar de pertencer ao dia fiscal 27 reporta-se ainda ao dia 26,
(e assim se tenta uma analogia com o mundo das finanças que, visivelmente, não resulta)
e acabei de ver o Ricardo Araújo Pereira a contornar a Ana Sousa Dias numa entrevista gravada ainda antes de se saber que íamos ter Gatos na RTP lá para março. E vou a uma caixa buscar isto.


Um ano quase. E o respeito que tenho por este rapaz não cabe em três mil lugares.
Só mais dois links para falar amanhã, este e este. Sobre a rádio que não se faz.
Agora sim, futuro próximo do indicativo do verbo nanar. RC



Agora já há aqui ao lado um rectângulo preto aberto para o mundo. Mentira, é só um rectângulo preto que, se tudo correr bem, me vai trazer uma série de processos judiciais por estar a disponibilizar videos que deviam estar muito quietinhos nos seus sites. É assim que eu gosto de trabalhar, na fina linha que separa a ousadia maluca do processo judicial. Por isso, uma musiqueta por dia vai acompanhar-vos enquanto estiverem por aqui a ler parvoíces.
Como esta
- Eu tenho uma bomba atómica que está treinada para snifar estrogénios. Não, é um cão, é um cão que eu tenho,
e foi em julho que eu disse isto porque estive a ouvir um programa meu desses dias. RC



Ricky I remember my mother saying that, we all looking forward to Christmas the whole year, buying things and then
- Oh, that's that over now...
(suspiro)
When is Christmas over? RC
Stephen I believe Christmas is over after we have seen the Vicar of Dibley's Christmas Special.



A minha prenda de natal para todos vós é um link. De maneiras que arranjai duas horinhas das vossas vidas e chafurdai nisto. Sobretudo apercebai-vos que por cá não se faz rádio em condições.

Ricky Gervais, Stephen Merchant and Karl Pilkington na véspera de Natal.



As All Star que escolhi usar hoje são frias. Não sinto os dedos todos. Como Napoleão, tenho frio no Nariz. E saio de casa às seis e vinte e dois a caminho da lareira, que funciona a gás. Deixo este papel ao pé do fogão, para quem chegar.

Para todos aqueles que, como eu, não se estão a sentir nada natalícios este ano,
para os que não acordaram ao sábado de manhã para escolher os brinquedos,
e para os outros também,
o melhor natal,
vários sorrisos desenhados a grafite num papel e colados à cara com fita-cola,
e um dois mil e seis.
Não desejo que dois mil e seis seja um ano muito bom. Desejo só que seja um ano.
Ponto final.
(trs)
Melhor é uma seta para cima.

Até quando nos virmos outra vez,
e que haja essa vez,

Ricardo.


song #3

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Foi já há mais de um ano que, com um mês de antecedência, Frank Lloyd Wright, conhecido arquitecto e musicien extraordinaire, lançou a 17 de Novembro o seu single de Natal, integrado no CD Cidades de Esferovite. Quer dizer, então não é bem um single. Mas desde essa altura, não há outra música que diga menos o que é o verdadeiro espírito do Natal. RC

Musiqueta de Natal por Frank Lloyd Wright,

La, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la
La la la, la la
La, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la
La la la, la la

Cristo sacrificou-se por nós
Cristo pregou-se na cruz por nós
Mas pior que isso, Cristo nasceu no dia de Natal por nós
Por isso só recebia uma prenda por ano
Invariavelmente uma coisa de madeira extremamente gira
Que o paizinho lhe fazia
(Não o paizinho a sério, o outro)

Por isso Cristo já se espetou com pregos
Por isso Cristo já se espetou com alfinetes
Por isso Cristo já se cortou com facas
Já se cortou com x-actos
Por isso Cristo já saltou de janelas altas
Já saltou de precipícios bem bonitos
Por isso Cristo já bebeu veneno
Já bebeu copos de Tang sem parar

La, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la
La la la, la la

Quando fazes uma música de Natal
Não precisas de estar horas a pensar
Basta ires a um CD de músicas de Natal,
Tirar a letra, escrever outra letra por cima
Já ninguém vai reparar
São todas tão iguais
E Cristo já sofreu
Ele sofreu muito mais
Só tinha uma prenda
O que é que um puto faz com ouro, incenso e mirra?
Olha que ideia que eles tiveram

Mas também pior que isso
Só os brinquedos que o pai lhe fazia
Coisas de madeira
Sempre todos os anos
A mesma coisa sempre

- Pai, o que é a prenda este ano?
- O que é que achas?
- É um Pokémon?
- O que é que achas?
- Mas é um Pokémon?
- O que é que achas?
- É um Pokémon?
- Não, filho, é um brinquedo de madeira extremamente giro
- Ah, não estava nada à espera, olha muito obrigado

La, la la la la la la, la la la la la la, la la
La, la la la la la la, la la la la la la, la la
La, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la la la la la, la la
La la la, la la
.



Hoje passei por um cartaz que dizia, em letras rasgadas, para parecer moderno e jovem e tal,
Movimento mp3, mário presidente 3,
não há 2 sem 3.

E pronto, é assim que vai a campanha. A plataforma jovem da campanha de Mário Soares resolveu apelar assim aos jovens deste país. O vê da vitória agora tem três pernas, e Mário Soares quando sorri fica claramente com um olho mais aberto do que o outro. Assustador.
Mas é isto
(ver abaixo)
que me leva a perguntar-me se isto não será, afinal, o trabalho de um grupo de pessoas que só estão bem a fazer o mal ao pobre cidadão de idade e que se juntaram para afastar da candidatura do PS os votantes da faixa etária 7-17 anos.
Atentemos então.


Afinal eu estava enganado quando achava que os pequenitos não podiam votar e que as pessoas com mais de 18 anos já teriam passado a fase de decidirem a sua intenção de voto com base em bonecadas.
Mas é preciso dizer que os chupas que eles dão nas acções de campanha são, de facto, muito docinhos. RC



Acabei por não mandar aos números 14 e 18. RC

[ADENDA, 18:16], Afinal ainda não mandei, mas quando mandar vai ser para todos. RC



Estava a preparar um mega-mail de Natal e dei por mim em frente a uma lista com vinte e quatro endereços de e-mail. Os vinte e quatro dias do Natal.

1, Agora posso escrever como gosto e já me pedem para copiar no autocarro,
2, Com uma raíz de pinheiro nas costas eu fui sempre o totó dentro do saco-cama,
3, Já estou de férias, já não preciso de te aturar,
4, Foste por outra estrada já depois de eu ter dado conta,
5, Gostava de saber mais de ti e de não ter de me esforçar para me lembrar porque é ainda no outro dia falei contigo,
6, Não tenho mais de estar na mesma sala que tu, como quando o Luís Pedro nos mandava ao inferno naquele tom de voz calminho,
7, Para sempre o que nunca chegaste a ser,
8, Piadas inteligentes num bloco mas já conseguiste mais do que eu,
9, Eras melhor que todos nós se não fizesses só o que te dizem,
10, Um coração maior do que o mundo cabe dentro de uma cave,
11, Um irmão de noites como eu nunca soube guardar,
12, Lembrei-me de ti num dia em que não se podia chegar à Torre de carro,
13, E escrevi a tua no fim, porque és tanto.,
14, Já não me lembro porque é que chorei horas por ti,
15, Amo-te acima de tudo e não falas comigo antes de termos uma conversa,
(trs)
16, Pões algodão nos ouvidos e deixas-me falar,
17, Consegues sempre gozar comigo e eu a fazer de conta que não percebo,
18, Não gostas por aí além de mim mas és grande a fingir,
19, A tabuada do vezes mais depressa do que eu e algumas fotos juntos porque somos os dois pequeninos,
20, Lembras-te de me teres dito Se queres ir a Londres é só meteres-te no avião, e entretanto já lá fui sozinho,
21, Ainda não tive tempo para te conhecer depois de termos ido todos para o hospital,
22, Deves levar, ao teu jeito, a vida mais a sério que todos nós,
23, Viste antes do que eu que não valia a pena mudar-me por ilusões mas deste-me a morada de outra que ainda vai funcionando,
24, E sabes?, (trs), Ainda preciso de ti. RC,

E se eu pudesse fazer o meu Totoloto de Natal, chegavam-me os números 7, 9, 10, 11, 13, 15, e o suplementar
(trs)
24.



Oh, for goodness sake, Frasier! I'm a happily married man! Maris means the world to me. Why, just the other day I kissed her for no reason whatsoever.
in Frasier, season one, episode three.



Daphne Remind me again: whick one of Kyle’s eyes is really looking at me?
Frasier The brown one.
in Frasier, season one, episode two.



Civilização é ter os olhos abertos.
Fui eu que disse isto, há uns minutos atrás, quando estava a olhar para o espelho e cheguei à conclusão que preciso de fazer a barba.
Estava a pensar em países civilizados, e isto porque hoje Sir Elton John e o seu companheiro deram o nó. O que me parece que aconteceu é que, antes de se terem ido casar, foram os dois trabalhar para uma fábrica onde se fazem aqueles quadros deprimentes que existem nas lojas de souvenirs perto das praias, aqueles quadros deprimentes com cinco ou seis nós náuticos. Parece que é tradição ir trabalhar para uma dessas fábricas durantes umas horas no dia do casamento, porque eu sempre ouvi
- Eles hoje deram o nó
mas acho até estranho que se dê mais importância a isso do que ao casamento propriamente dito. Um amigo meu disse que dar o nó não é nada disso, que significa a primeira vez que a noiva aperta os atacadores dos sapatos ao noivo, para ele não ter se dobrar e não amarrotar a gravata. Eu dei-lhe um estalo porque achei muito parvo o que ele disse.
Só quando pessoas como o Sir Elton John se puderem casar em Portugal é que eu vou considerar este país civilizado. Mas não ele, porque ele não se vai estar a casar duas vezes. A Igreja vê isso com má cara. RC



And even if I try very hard, I can't forget why. RC



E pronto. Acabou a primeira parte das gravações do próximo disquito de Neil Hannon. O Neil abalou agora para Dublin para passar o Natal e em Janeiro vai voltar a estúdio para gravar as vozes e fazer as misturas e mais uma série de coisas que os músicos de qualidade e os seus técnicos fazem quando estão em estúdio. Pelos corredores do estúdio
(porque aquele estúdio é em forma de corredores, o que dificulta muito o acto de encaixar um piano de cauda)
chama-se ao próximo álbum A Long Album About Everything, porque se há outro CD que Neil também gravou as live foi o A Short Album About Love de há uns anos. E que tal uma música desse CD para aquecer um bocadinho o coração?, hein? Escolhi esta. RC

If I were you por The Divine Comedy,

If I were you I'd look at me and fail to see the things I see in you
(If I were you)
And if I were you I wouldn't let the shit you get from me get the better of you
(If I were you)
Don't you ever wonder why I could never make you cry?

Well, if I were you I'd ride away
To a pasture new where I could graze on the grass
So succulent and sweet
If I were you, I'd be through with me

If I were you I wouldn't need to always read the magazines that I do
(They make me blue)
So if I were you I'd make the break before I take my frustrations out on you
(Just break on through)
Don't you ever, in your dreams take a lover and make her scream?

Well, if I were you I'd ride away
To a pasture new where I could graze on the grass
So succulent and sweet
If I were you, I'd be through with me

Well, if I were you I'd ride away
To a pasture new where I could graze
On the green, green grass
Of virgin country
I'd live real fast and die real young
You see, if I were you I'd end my days
In a field of stupid sheep just grazing the grass
So succulent and sweet
If I were you, I'd be through with me.



Numa altura em que ainda não se sabe
(eu pelo menos ainda não sei)
se o Match Point de Woody Allen vai estrear por cá
(e as pessoas estão a acordar outra vez para o Woody a propósito deste filme)
e eu até estou a equacionar dar um saltinho a Espanha para ver o filme antes que comece a comer partes do corpo (que me possam vir a fazer falta) de tanta inquietação
(falarei do filme quando o vir)
e numa altura em que a rodagem de Scoop já acabou e numa altura também que um terceiro filme rodado em Londres já vem a caminho, Woody Allen dá uma entrevista hoje ao Guardian, aqui. Fala-se sobre sorte e sobre tragédias. Without any question, I think life is tragic. There are oases of comedy within it. But, when the day is done and it's all over, the news is bad.
Alguém que me leve a Espanha? RC


medo

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Há dias em que o Markl me assusta.
OK, quem me conhece sabe que Nuno Markl foi o culpado de muita coisa na minha vida. Foi ele quem me fez começar a ouvir rádio. Foi ele quem me convenceu a mandar vir, completamente no escuro, a Monumental Caixa™ com todo o Flying Circus. Foi ele quem me ensinou que em Inglaterra também se faz rádio e melhor do que por cá. Foi ele quem me introduziu a Neil Hannon. Foi ele quem me ensinou a importância do texto e do rigor na escrita de humor. Foi ele quem me introduziu a Ricky Gervais, naquela tarde no CC. Foi ele quem me fez abrir a minha radiozinha e foi ele que me deu vontade de fazer rádio. Mesmo.
Meu deus. É realmente muita coisa da minha vida. Isto porque quando dou um salto ao seu estaminé, e dou-o todos os dias, encontro várias vezes coisas que podia ter sido eu a escrever. Antes de mais, há que dizer que eu também sou um indivíduo de óculos. Também uso o humor como defesa. Também amo Londres acima de todas as cidades. E tantas coisas mais. Hoje, ele manifestou a sua aversão ao uso de smileys, coisa que partilho completamente. Por isso, vou agora dizer uma coisa antes que ele a diga,
Proponho que se acabe de uma vez com o uso da partícula LOL ou então proponho que cada vez que ela seja usada a pessoa que a use seja legalmente obrigada a rir às gargalhadas até não poder mais com dores de garganta.
Pronto. Por acaso há uma grande diferença entre mim e o Markl. Vejam lá se adivinham. RC



* Serve este apartado do blog para gente que eu admiro com muita força.

Estava aqui a ler sobre o David
(leia-se Deivid porque é o Deivid Hyde Pierce)
e ele diz uma coisa genial. Mas já lá vamos. Diz aqui que o David é defensor dos direitos da comunidade gay e lésbica. E logo toda a gente Mas quê (pausa) ele é gay?
Nunca percebi mas existe, em muita gente, um certo prazer em que, de repente, apareça alguém que seja gay. Principalmente quando estão já há bastante tempo sem nada com que se irritar. Alguém diz qualquer coisa, ou então há uma manifestação em que os banners não só são brancos, e pronto, Isto é uma badalhoquice, haviam de ser todos enfiados num barco, aquilo não é natural e não sei que mais.
Ultimamente anda-se a falar disto ainda mais a propósito do filme Brokeback Mountain, de Ang Lee, em que dois cowboys (Jack Gyllenhaal e Heath Ledger) são homossexuais. Meu deus credo e agora? Este filme está a fazer-se com bastante força já aos Oscars do ano que vem, e está tudo de queixo caído com a Academia. Afinal, a Academia não é só um grupo de senhores de idade enfiado todo o ano numa cave a quem, uma vez por ano, deixam ver cinco filmes e comer um balde médio de pipocas. Afinal, pessoas estão a acordar para a vida. Posso se calhar direccionar-vos para este artigo que fala um bocado sobre gays e o cinema.
Isto porquê? Eu também defendo os direitos da comunidade gay e lésbica. Furiosamente. Não posso? É o mesmo que dizer que o Bono não pode fazer campanha por África porque não é preto e porque come mais do que uma refeição por semana.
- Mas então e o Deivid? é roto ou não?
e não se sabe. Sabem o que é que ele diz?:
- I live my life as an open book. Just don't expect me to read it to anyone.
Eu-Um-Dia-Hei-De-Ser-Assim. RC



Bono, simpático vocalista dos U2 e criador de todas as músicas de bónus que vêm em todos os CD de todó mundo, foi escolhido pela revista Time como uma das pessoas do ano. Entre outras coisas relacionadas com África e os pobrezinhos, por causa da organização do Live8. E é quando eu me preparo para dizer
- Eu estava lá
que me perguntam
- Mas lá mesmo? lá no meio daquela multidão tresloucada?
e aí eu tenho de responder
- Hmm (reticências) ehpá não isso não.
Eu estava lá, só que umas centenas de metros ao lado. A Londres de dois de julho era, de facto, uma cidade amalucada. Aos portões de Hyde Park as pessoas sentavam-se pelo chão com sandes. Make Poverty History lia-se em t-shirts e até na pulseirinha de borracha que eu trazia no pulso. Do outro lado da cidade, uma parada gay desfilava bandeiras com as cores do arco-íris debaixo de uma chuva de confettis. Eu gosto de cidades amalucadas. Mas a verdade é que quando eu soube que lá ia estar no dia 2, os bilhetes já tinham esgotado. Restava-me Jonathan Ross com um fato amarelo limão na BBC1. E as ruas cheias às quatro da manhã.
Já quando fui a Paris foi a mesma coisa. Cheguei cá e perguntaram-me
- Então subiste à Torre Eiffel? aquilo é realmente espectacular não é?
e eu Não (vírgula) não subi
- Não? mas foste andar de barco não foste? aquilo também é muito giro
e eu Não (vírgula) não cheguei a andar de barco
- A sério? mas foste à Disney não foste? aquilo é tão tolo
e eu Não
- Ehpá tu foste a Paris e não fizeste nada dessas coisas? é como se não tivesses ido
porque lamber Paris com os pés, perder-me nas prateleiras da Shakespeare & Co., comer crepes de chocolate debaixo da Torre, comer tapetes encharcados em molho béchamel, nada disso é Paris.
Eu, de facto, estava lá. Só que ligeiramente ao lado. RC



Frasier You know dad, he’s so judgmental.
Niles He is, and I’ve often condemned him for it.
in Frasier, season one, episode fifteen.



Três tubos de gouache. Amarelo, ciano e magenta. Dois pincéis. Um mapa do mediterrâneo com o mar tracejado entre Ítaca e Tróia. Uma tesoura. Godard com os olhos pintados. Uma peruca. Uma camisola pintada a pincel. Uma fotografia rasgada. Um carro rasgado. Um homem de chapéu. Magenta e amarelo fingem que são sangue.
Só mais uns desenhos e já estou de férias. RC



Roy Mallard And how did you react when Andrew told you he was going to the theological college?
Sarah Well, I was pregnant when he told me.
Roy Mallard God, that’s quite a reaction.
in People Like Us (radio), series one, episode four.


song #1

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Há duas coisas que eu não consigo hoje,
um, fazer uma série de desenhos de um bocado de metal com pernas,
dois, decidir-me de ponho aqui ainda hoje uma frase do Niles, e
afinal são três
três, parar de ouvir a A Rose That Needs Some Water de Rufus Wainwright,
(sintam-se na liberdade de a sacar no eMule que ele só a canta ao vivo)
mas hoje fica aqui a letra de outra música dele. RC

One Man Guy por Rufus Wainwright,

People will know when they see this show the kind of a guy I am
They'll recognize just what I stand for and what I just can't stand
They'll perceive what I believe in and what I know is true
And they'll recognize I'm a one man guy, always was through and through

People meditate, hey that's just great, trying to find the inner you
People depend on family and friends and other folks to pull them through

I don't know why I'm a one man guy or why I'm a one man show
But these three cubic feet of bone and blood and meat are all I love and know

'Cause I'm a one man guy in the morning, same in the afternoon
One man guy when the sun goes down, I whistle me a one man tune

One man guy, a one man guy, only kind of guy to be
I'm a one man guy, I'm a one man guy
I'm a one man guy, is me

I'm gonna bathe and shave, and dress myself, and eat solo every night
Unplug the phone, sleep alone, stay away out of sight
Sure it's kind of lonely, yeah it's sort of sick
Being your own one and only is a dirty, selfish trick

'Cause I'm a one man guy in the morning, same in the afternoon
One man guy when the sun goes down, I whistle me a one man tune
One man guy, a one man guy, only kind of guy to be
I'm a one man guy, I'm a one man guy
I'm a one man guy, is me.



Mark What the hell were you thinking? Why didn’t you pay for it?
Jeremy They should be paying us to eat that crap, Mark. Stealing things just makes everything very… cheap. Plus, you know how I feel about capitalism.
Mark Yes, confused.
in Peep Show, series two, episode four.



A directora de uma escola em Inglaterra resolveu armar um escarcéu (palavra tão moderna) porque os putos da escola andam a repetir pelos recreios algumas catchphrases da série Little Britain. Para quem não sabe o que é, Little Britain já vai na terceira série e a tolice à volta desta série é de tal maneira que a tour que vai fechar em Londres no outono que vem já esgotou teatros a quase um ano de distância. Desta terceira série só vi o primeiro episódio, em que existe um sketch que fez uma quantidade de pessoas armar também um escarcéu. Nesse sketch, uma simpática senhora de idade urina-se pelas pernas abaixo como se não houvesse amanhã. Mas aquilo é tão violentamente clowny que não me parece que seja por aí. Aquilo, simplesmente, não é muito bom. Nas primeiras séries, em que o script editor era Mark Gatiss, ele ainda conseguiu controlar aquilo, como ele disse
- O meu trabalho aqui não foi outro senão dizer-lhes o que deviam tirar, aquilo que não funcionava tão bem
e pronto. Mas isto tudo a propósito desta pergunta (que só não vai gerar aqui uma discussão porque se está tudo a defecar para este espaço de debate), Que tipo de humor é que se deve dar aos putos para ver? Estar a dar-lhes só coisas inofensivas como Os Malucos do Riso não é fabricar futuros espectadores de humor básicos? Pronto, eu lancei isto e agora vocês fazem com isto o que quiserem. RC



Já não são bem novidades por aqui, mas achei por bem registá-las aqui agora que abri este estaminé e antes que Nuno Markl o faça no seu blog e depois me venha toda a gente dizer
- Ah tu só sabes das coisas porque o Markl as diz antes de ti e depois tu vens para aqui dar as novidades (vês-me a fazer o gestinho das aspas com os dedos?) e isso é mentir e é feio
mas isto que se segue é tão bom que merece ser gritado pelas ruas.
Neil Hannon, nome por que respondem os The Divine Comedy se lhes pedirem a identificação algures às duas da manhã, leva já duas semanas de estúdio a gravar o sucessor de Absent Friends. É portanto para os fins da Primavera que temos novo CD dos The Divine Comedy. No site (procurem) está a ser registado um diário das sessões de gravação com texto e fotografias. Daí Neil Hannon com uma camisolinha de losangos e uma caneca na mão. RC



Hugh Do you know the invisible line? You’ve just stepped over it.
Ollie Well, that’s the problem with it being invisible, I guess.
in The Thick of It, series one, episode three.



Há personagens que nos fazem isto. Já não é a primeira vez que me dizem na rua
- Ehpá sabes quem é que tu me fazes lembrar? aquele coninhas do irmão do Frasier como é que ele se chama?
e costumo ter de ser eu a completar
- Niles chama-se Niles
- É esse ehpá fazes-me lembrar esse
e eu tudo bem. Descobri o Frasier (em itálico porque é a série, se estivesse a falar do homem só escrevia em itálico se ele tivesse problemas de coluna, o que não deve acontecer porque ele é senhor doutor e por isso é muito consciente sobre esse tipo de coisas) quando começou a passar na SIC Mulher e foi logo que fiquei paralisado ao ver David Hyde Pierce a representar. O David, que hoje em dia anda aos saltos em New York a fazer de Sir Robin
(- Brave Sir Robin ran away)
recebeu o seu Niles porque era parecido com um Kelsey Grammer mas em mais novo, mas dos dois prefiro o rigor milimétrico com que o David diz cada deixa. Aulas, aulinhas, é o que é. Bem,
serviu esta introdução para dizer que estão agora a passar episódios da série sete, aquela em que a Daphne finalmente descobre a panca que o Niles vem desenvolvendo por ela nos últimos seis anos e é no último episódio da série que eles se passam da cabeça e fazem uma coisa que eu não vou estar agora a dizer porque há ainda quem não saiba e que não seja tão anal-retentivo como eu para ir ler os guiões dos episódios. O pior é que eu sei o que vai acontecer. E continuo a partir-me todo com a cara do Niles
(- É que é igual a ti ali todo certinho parece que tem um pau enfiado no cu)
(agora que penso nisto deve haver aqui segundas intenções mas não era a primeira que eu ouvia)
quando a Daphne se põe nos braços do advogado. Bem, o casamento dos dois é no último episódio desta série. E eu não me importava nada de ser como o Niles. RC



Malcolm Right, we do a weekly digest for the Prime Minister, we boil down the week’s television, music, cinema, so on--
Ollie The zeitgeist tapes.
Malcolm Exactly, the zeitgeist tapes. EastEnders’ highlights, choice bits from all the reality shows, ten seconds music videos, that kind of thing.
Hugh God, that’s why the PM always looks so clued up. I always thought he was genuinely quite ‘with it’.
Malcolm No no no, he´s as bad as you, he uses phrases like ‘with it’ as well.
in The Thick of It, series one, episode two.


Hoje


01|dezembro|2006

The many faces of robert webb.
Isso do ricardinho acabou.

(Rufus Wainwright | Rules and Regulations
> from Release the Stars)



A ler Frost de Thomas Bernhard e ouvir e a ver coisas que se fôssemos aqui a pô-las todas havíamos de chegar atrasados a sítios onde temos horas para chegar.

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