[tenho]
Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
[
in CAMPOS, Álvaro de -
Poesias de Álvaro de Campos. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1990.]
nao recebi o segundo ficheiro, eu sei que aqui e para se comentar e nao e que alvaro de campos ou tu não o mereçam, mas so para chatear apeteceu-me comunicar aqui contigo uma vez que todos os outros meios tecnologicos ja se te fecharam, talvez nao todos mas o telemovel não me apetece, so porque não me apetece, estou agora a ouvir o conto e esta voz parece-me infinitamente mais indicada do que qualquer outra em que tivesses pensado… apetecia-me agora ouvir o outro, o ficheiro, aquele que me nao chegou porque estes mesmos meios que me fazem chegar agora ate aqui nao o quiseram, so porque nao quiseram…quando puderes…ate la