o meu dia começa agora só às oito, quando tu acordas.
até lá arrasto-me adormecido como se espreitasse os sonhos que montas na parte de trás dos olhos.
até lá estendo-me de sítio onde não estás para sítio onde não estás, e nunca te apanho.
o teu dia sempre começou ao meio-dia, quando tu acordas.
até lá sonhas de olhos fechados com possibilidades de ti
e vês sempre de menos, porque os espelhos te agarram e nunca te devolvem total, imperfeiçoável, sol, probabilidade impossível de mim.
até lá vejo-te imaterial por todos os lados, integral de luz, integral de promessas de árvores,
até lá, incontrolável persistência da ideia, vejo-te sempre,
até às oito, quando tu acordas.
RC
0 pessoas acharam bem comentar “quem vê a beleza quem é marca-o a morte para si”
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