Acabei ontem
(desculpem lá a ausência de escrevinhanços mas ontem foi um dia de tal maneira surreal que mesmo esse maluco que era Dalí havia de dizer
- Bueno yo estoy parvo para mi vida)
a minha maratona de cinco horas com o Johan e a Marianne. A série de seis quase horas que Bergman filmou para a televisão sueca é, claramente, uma coisa que por cá não funcionava. Primeiro, as cenas são longas, e não entra de vez em quando uma musiqueta do João Pedro Pais ou do Paulo Gonzo enquanto se fazem planos aéreos daquela ponte que liga Estocolmo a Almada. Segundo, a conduta moral
(e o que é isso afinal?)
de toda aquela gente faria os cidadãos de idade dizer coisas do género
- Então ela separa-se e agora vai para a cabana com ele?
- É não é? e depois da dose de pancada que ele lhe ia dando coitada da rapariga
o que me faz incluir esta belíssima exploração de Ingmar Bergman nesse estilo que é o Neo-Badalhoquismo Sueco
(que não é uma corrente visual, mas conceptual)
mas esquecendo tudo, e lembrando que, afinal, os casamentos são assim, uma saudação especial para Sven Nykvist
(que já trabalhou também com Woody Allen)
pela arte de emoldurar pessoas. E enquanto olho para estas imagens de Fårö, espero que passem trinta anos e que Erland Josephson, Liv Ullmann
(linda)
e Ingmar Bergman se juntem outra vez para saber o depois.
RC
0 pessoas acharam bem comentar “e espero agora pelo fim”
Leave a Reply