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10|dezembro : Álvaro de Campos (3)


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[Só mais uma dose de Campos, feita a tesoura e cola por mim. RC]

Na rua cheia de sol vago há casas paradas e gente que anda.
Uma tristeza cheia de pavor esfria-me.
Pressinto um acontecimento do lado de lá das fronteiras e dos movimentos.
Passei nas ruas como qualquer pessoa,
mas não vejo mais contra uma espécie de lado de dentro das pálpebras,
que eu, eu mesmo.
O dia deu em chuvoso.
Abram-me todas as janelas!
Arranquem-me todas as portas!
Puxem a casa toda para cima de mim!
Puxem a cidade toda para cima de mim!
Quero viver em liberdade no ar,
Quero ter gestos fora do meu corpo,
Quero correr como a chuva pelas paredes abaixo,
Quero ser pisado nas estradas largas como as pedras.

[in CAMPOS, Álvaro de - Poesias de Álvaro de Campos. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1990.]


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Hoje


01|dezembro|2006

The many faces of robert webb.
Isso do ricardinho acabou.

(Rufus Wainwright | Rules and Regulations
> from Release the Stars)



A ler Frost de Thomas Bernhard e ouvir e a ver coisas que se fôssemos aqui a pô-las todas havíamos de chegar atrasados a sítios onde temos horas para chegar.

Já se disse

O que se disse em

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