e se (III)


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E se sempre que mudássemos de casa para outra diferente levássemos connosco as paredes e os tectos?
espalhava-se a mesma areia em cada praia a que fossemos e repetia-se sempre para nós a mesma onda em cada mar?
aparcávamos o carro todas as vezes no mesmo sítio e de todas as vezes longe demais, e andávamos sempre o mesmo chão até à porta de casa?
sentávamo-nos repetidos numa só cadeira e escrevíamos a uma só mesa igual e carregada às costas, e a cama para dormir sabia sempre a estarmos a voltar de férias?
segurava-se-nos às mãos o mesmo ar sempre, e éramos árvores de nós próprios, ou respirávamos sempre o mesmo cigarro?
sonhávamos sempre com as mesmas coisas para continuar a não as ter, ou tínhamos sempre as mesmas coisas para não ter de pensar nelas?
escondíamo-nos sempre no mesmo canto? RC


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Hoje


01|dezembro|2006

The many faces of robert webb.
Isso do ricardinho acabou.

(Rufus Wainwright | Rules and Regulations
> from Release the Stars)



A ler Frost de Thomas Bernhard e ouvir e a ver coisas que se fôssemos aqui a pô-las todas havíamos de chegar atrasados a sítios onde temos horas para chegar.

Já se disse

O que se disse em

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