E se um dia ao acordar perdêssemos de uma leva a capacidade de inventar, e deixássemos de saber ver de olhos fechados?
morriam de uma assentada uma data de estrelas, ou deixavam-se elas arder muito baixinho para ninguém as ouvir, lá longe, onde quase deixa de haver coisas?
quebrávamos os sítios que foram feitos para partir e chorávamos ferrugem para afundar os navios, para eles nunca chegarem a terra de já não haver?
esquecíamo-nos como se nunca as tivéssemos sabido as malabarices de como fazer as perguntas e de como as contorcer e retorcer para servirem às respostas que queremos ouvir?
perdíamos as maneiras de começar a sorrir sem razão?
roubavam-nos a cabeça e levavam-na de nós para o outro lado do mar, perdida e achada dentro duma caixa dos teus braços?
deixávamos de saber tomar conta de nós?
RC
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