E toda a gente se fechou numa espécie de círculo a partilhar o ar ainda mais do que é costume, a devolvê-lo logo para outros pulmões, e falou-se coisas bonitas. Obrigado Pedro. O cd chama-se
Apontamento, o nome dizia já qualquer coisa desde uma noite no Batalha. Uma versão deliciosa da
Capitão Romance dos Ornatos levou-me a encontrar pela primeira vez Margarida Pinto, mas ficou por aí. Até ontem. Obrigado Pedro. O cd chama-se
Apontamento.
A música que me segurou pelo pescoço chama-se
Na Véspera de Não Partir Nunca, e rouba uma série de palavras a Álvaro de Campos, que acontece ser o segundo heterónimo que eu gosto mais. Eis.
RCNa véspera de não partir (nunca)
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel
Para o partir ainda livre no dia a seguir
Não há nada que fazer
Por isso tudo e por
Ter pensado e por
Ter chegado a nada
Grande sossego o de não ter de haver sossego
Tranquilidade a que nem sabe encolher os ombros
Grande alegria a de não ter de ser alegre Todos os dias é véspera de não partir nunca
Como uma oportunidade virada do avesso
Ah quanto tempo vivo a viver do pensamento
Que prazer olhar prás malas como olhando para nada
Que prazer olhar prás malas como para nada
Por isso tudo e por
Ter pensado e por
Ter chegado a nada
Grande sossego o de não ter de haver sossego
Tranquilidade a que nem sabe encolher os ombros
Grande alegria a de não ter de ser alegre Todos os dias é véspera de não partir nunca
Grande sossego o de não ter de haver sossego
Tranquilidade a que nem sabe encolher os ombros
Grande alegria a de não ter de ser alegre Todos os dias é véspera de não partir nunca
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