sabes tudo o que te disse? sim, isso de seres tudo e um sítio ainda mais a nascente, isso de seres a impossibilidade de esquecer, isso de seres relatos de sonhos, isso de seres tu,
sabes tudo o que te disse? não, não vamos esquecer isso, dizes tu, é melhor para mim não esquecer, o que está dito está dito e até é simpático de ouvir, dizes tu, isso de seres dor quando não estás e de seres dor onde não estás,
sabes tudo o que te disse? sim, sinto-me ridículo de to ter dito, e de me ter espremido todo à frente de onde nunca te tens, sinto-me estranho, sinto-me parvo, emparvoeço de te ter sempre na parte de trás dos olhos,
sabes tudo o que te disse? não, não é mentira, é talvez uma verdade esticada entre os nossos sítios de acabar o mar, é possivelmente completamente verdade a precisar de se encher de ombros e de músculos nos sítios dos braços,
sabes tudo o que te disse? sim, mantenho, escondo nas mangas e sublinho na cara e nas linhas de entristecer, multiplico, risco duas curvas descendentes dos cantos da boca e finjo que estou ao contrário,
sabes tudo o que te disse? não, não nos dá jeito, acredito, mas que fazer?, que outra coisa fazer?, talvez deixar passar tempo, é isso, que o tempo passe e decida por si, ou por mim, ou por ti, ou por alguém que saiba melhor,
sabes tudo o que te disse? sim, mais provavelmente é só gostar de ti, mas desdobra-se de infinitos de relógios desentendidos e dorme fora do lugar, e durmo quando te tens sol, e acordo quando te tens noite, e anoiteces,
sabes tudo o que te disse? não, não o calo, mas digo-te que não o percebas, numa língua em te seja igual, em fraseamentos de vozes de narizes como não se faz aí, como este fio que escrevo ou este outro que suprimo,
sabes tudo o que te disse? sim, és-me, dóis-me quando dóis, se calhar és que moras do outro lado e vens cá a casa de vez em quando, como aqueles dois.
RC
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