e se (IV)


E-mail this post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



E se uma pessoa houvesse que apanhava todas as folhas que caíssem das árvores para dentro de um saco?
sairía quando era escuro, pelo lado de trás dos pássaros, disfarçada de sombra, com um casaco de pano de estrelas, e tentava colá-las em ramos de outras árvores, em terras de outras gentes, para ver se alguém reparava?
tomaria sobre si o fazer o ar limpo, engoli-lo pelas pontas dos braços, e sujar-se fatal ao fazê-lo, para que pudéssemos o resto de nós respirar ao revés de fora para dentro e de dentro para fora e espremer os pulmões pelos cortes da cara?
levá-las-ia para casa e tirava-as uma a uma do saco, com dedos afiados de ramo, e uma a uma as catalogava, em latim, conforme a cor, o tamanho, a nervuragem, e a árvore de onde caiu?
será que há quem trate todas as árvores pelo nome, como às pessoas?
será isto aquilo a que chamam, nas terras feitas de pó e nos sítios dos livros, o breviário possível de todas as folhas do mundo? RC


0 pessoas acharam bem comentar “e se (IV)”

Leave a Reply

      Convert to boldConvert to italicConvert to link

 


Hoje


01|dezembro|2006

The many faces of robert webb.
Isso do ricardinho acabou.

(Rufus Wainwright | Rules and Regulations
> from Release the Stars)



A ler Frost de Thomas Bernhard e ouvir e a ver coisas que se fôssemos aqui a pô-las todas havíamos de chegar atrasados a sítios onde temos horas para chegar.

Já se disse

O que se disse em

Links


Creative Commons License
Os textos publicados neste blog, devidamente assinalados com a firma RC, estão licenciados sob uma Licença Creative Commons.

Powered by Blogger