o meu baú #2


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No fundo do baú junto das coisas que têm pelo menos dois anos.

§ Entrega essas coisas todas desenhos riscos que representam bocados de terra onde está frio pela manhã Sabem que quando forem arquitectos não vão ter de fazer isto nessa altura vão pagar a pessoas que vos façam isto e vocês podem ficar em casa a masturbarem-se nas vossas casas de banho de mármores italianos, dizem-nos mas nós não os ouvimos ou se calhar ouvimos mas não acreditamos que as pessoas respeitáveis que têm papeis encaixilhados pendurados na parede, A sociedade gosta muito destes papéis assim podemos ser desempregados mas com prestígio, digam coisas destas e que usem o processo Oh mãe! quinze vezes na mesma aula para fazerem de conta que são jovens como nós, despeja essas folhas todas esses riscos na mesa da professora Tome lá você nem faz ideia no que eu deixei de viver para fazer isto e elas sorriem e agradecem e vão imaginando coisas feias para dizerem Que isto sirva de aviso continuas assim e não passas e nós Sim senhora professora muito obrigado por nada obrigado por não me deixar existir e por me tentar fazer sentir bem com isso como se a raiva convertida em traços ou será a neura convertida em traços garantisse boas notas tome lá estas folhas e deixe também de viver a analisar trabalhos que não são seus enquanto eu tento viver um bocadinho.
§ Um carro vermelho contigo lá dentro não combina é como um semáforo que é azul por falta de lâmpadas se bem que as lâmpadas são todas iguais e o vidro é que é pintado de cores diferentes como os papéis dos Flocos de Neve que forram a lâmpada e nos dizem que não podemos andar, sabes onde é que podíamos ir este fim-de-semana? A Santiago de Compostela, não é longe uma aceleradela e estamos lá de preferência inteiros e a receber-nos o senhor Siza de braços abertos, não o da mala o que ia para uma ilha tropical mas o dos prédios o das pedras que se amontoam e tentam convencer-nos que estamos bem onde estamos, no outro dia também comprei uma revista de arquitectura, antes de tu teres comprado aprendizagem observacional dá-me vómitos ou então não dá e só vou ficar feliz quando puser toda a gente a ler Lobo Antunes e a ouvir o Neil, mas comprei a revista porque vinha com um livro dos prédios do Siza agarrado e lá estava o de Santiago a dizer-nos Vocês nunca vão conseguir fazer nada deste género assim em bom mas podem ir tentando, e as pedras iam ganhando forma de paredes e iam ecoando um riso maléfico que nos tenta convencer a desistir mas que quer o nosso erro e o nosso fracasso.
§ Vamos lá vamos andar naquelas paredes e vamos mudar de ares e mudar de pedras, sempre as mesmas pedras sempre os mesmos ares não podem fazer bem a uma pessoa e vai para três semanas que não nos vemos nós ou pessoas parecidas connosco aprisionadas numas vidas sempre iguais e que querem papéis com riscos para se sentirem felizes, nós ou pessoas parecidas connosco que precisam de falar urgentemente de uma vida que não levam, agora já não temos o templo para ecoar as nossas vozes ou então um rapaz desafinado a cantar um Neil Hannon a quem já não deixavam gravar discos, e quando as nossas vozes substituem um rádio que desistiu de tocar ouvem-se dois timbres que funcionam no mesmo comprimento de onda e que desafiam as leis da acústica Dois timbres diferentes e com o mesmo comprimento de onda?, perguntam os senhores cientistas da acústica, isso não é possível dizem eles enquanto escolhem num catálogo que material é que é melhor para forram o tecto de um teatro que aquele arquitecto, O careca sabes?, fez porque precisava de dinheiro e foi o primo presidente da câmara que lhe deu o trabalho e ainda bem que há primos assim porque senão estava no desemprego ou a dar aulas e ninguém quer isso pois não? RC


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Hoje


01|dezembro|2006

The many faces of robert webb.
Isso do ricardinho acabou.

(Rufus Wainwright | Rules and Regulations
> from Release the Stars)



A ler Frost de Thomas Bernhard e ouvir e a ver coisas que se fôssemos aqui a pô-las todas havíamos de chegar atrasados a sítios onde temos horas para chegar.

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